Chuvas obrigam a abertura das comportas da hidro e daí vem o perigo real: o “dilúvio”
Por Aristides Barros / Fotos: Bruno Arib
Algumas áreas habitadas de Mogi das Cruzes podem ser consideradas como os lugares mais inóspitos do município, que tem a periferia igual a de outras cidades cujos centros majestosos se contrastam com bairros abandonados, desprovidos de serviços básicos, falta de infraestrutura e outros sortilégios, revelando que eles e seus moradores caem no esquecimento dos governantes.
O empobrecimento de ações governistas no Distrito de Jundiapeba ilustra esse quadro. Nascido no bairro, o ajudante geral Alessandro Ferreira, 29 anos, já presenciou e foi vítima de várias enchentes. Perdeu móveis em todas elas e viu o desespero da vizinhança tentando salvar o pouco que tinham. “Esse problema é o que mais nos prejudica”, disse. “O desassoreamento do Rio Jundiaí resolveria a situação”, completou o morador.
A obra no rio é necessária nos períodos chuvosos, porque as comportas da represa de Taiaçupeba são abertas para a vazão obrigatória da hidro que evita o rompimento da barragem. Abertas as comportas, o nível do Taiaçupeba sobe, alagando toda a área onde está a população ribeirinha.
O comerciante Jonathan Gomes, 37, perdeu seu carro na enchente. “
A gente perde tudo, inclusive a esperança. Moro aqui há 10 anos e ainda estou esperando que esse lugar melhore”, afirmou.
“Queremos asfalto e calçamento nas ruas”, disse.
A coletora de materiais recicláveis Jéssica Guilhermina da Silva, 30, diz aguardar a melhoria de toda a Jundiapeba.
“Faz pouco tempo a prefeitura estava fazendo uns trabalhos aqui, mas acabou a campanha eleitoral, levaram as máquinas embora sem terminar nada, esperamos que o próximo prefeito também não trabalhe só pela metade”, enfatizou.
A dona de casa Lídia Marcena Silva de Oliveira, 37, reclama dos bueiros da Rua Jordânia.
“Precisam ser desobstruídos, e por isso que quando chove tem enchente. Vamos dar um voto de confiança ao Caio Cunha e esperar que ele acabe com essa sujeira toda em Jundiapeba”, finalizou.
Procurado via assessoria de imprensa para comentar os problemas relatados pelos moradores, o prefeito eleito Caio Cunha (PODE) não respondeu até o fechamento da edição.